Gordinha desde criança e com histórico de compulsão, bulimia e anorexia, Juliana descobriu que era capaz de ter equilíbrio e ser feliz com reeducação alimentar
Juliana Mangabeira, 30 anos, Analista de Comércio Exterior e Tradutora de Espanhol, mora em Recife (PE)
Altura: 1,83 m
Peso anterior: 112 kg
Peso atual: 73 kg
“Sempre sofri com o excesso de peso e, por isso, já pesei diferentes números em várias fases da vida. Meu ápice foi 112 kg.
Fui uma criança gordinha e uma adolescente obesa. A pressão dos familiares e amigos para emagrecer era grande e sofria bullying na escola.
Distúrbios alimentares
Na adolescência, adoeci porque queria ser o mais magra possível. Fazia dietas restritivas, sofria e passava fome. Desenvolvi anorexia e tive episódios de bulimia, cheguei a pesar 55 kg!
´Desistir´ já fazia parte da minha rotina, ninguém suporta viver cercado de privações, além disso, não é saudável fazer dietas mirabolantes, desequilibrando os nutrientes. Quem emagrece rápido demais, geralmente recupera na mesma velocidade.
Erros e mais erros
Passei por fases em que só comia quando estava a ponto de desmaiar. Em outras, acordava e logo pegava um copo de refrigerante. Também consumia salgadinhos e biscoitos recheados todos os dias, compulsivamente. Costumava descontar minha ansiedade em comida e vivia num eterno efeito sanfona.
Compulsão, não!
Os finais de semana eram ainda mais complicados, à base de muito refrigerante, biscoitos, bolachas, pizza… Não sabia comer com equilíbrio, só parava quando estava passando mal. Sentia uma espécie de prazer nisso.
Por diversas vezes, fiz matrículas em academias, mas nunca passava mais de 6 meses. Como comia mal, não via resultados satisfatórios, acabava me desestimulando e desistindo.
Emoções à flor da pele
Qualquer problema emocional pelo qual passava refletia no meu peso. Quando meu pai faleceu, eu tinha 18 anos e fiquei meio perdida sobre o que fazer. Depois de algum tempo, resolvi trabalhar e fazer faculdade fora do Brasil. Durante o período da viagem ganhei cerca de 10 kg, que não consegui perder.
A hora da virada
No final de 2013, aos 28 anos, resolvi dar um basta naquele ‘efeito io-io’: decidi que faria uma verdadeira mudança e apostaria em uma reeducação alimentar somada à uma rotina de atividades físicas.
Quando você decide, não tem pra ninguém. Antes, eu só ‘queria muito’, mas era fraca e me deixava influenciar por quem dizia que eu não conseguiria. A partir do dia em que eu tomei a decisão de mudar, houve alguns deslizes, até porque fazem parte do equilíbrio, mas depois deles passei a me sentir forte o suficiente para voltar à rotina saudável.
Parei de chorar com um pote de sorvete na mão: se eu comesse um pote, seria para sorrir muito e depois eliminá-lo ‘no suor’.
Inicialmente, cometi muitos erros porque ainda não estava sendo acompanhada por profissionais capacitados. Em 2015, passei a ser acompanhada por minha nutricionista, Amanda Lima e, consequentemente a fazer refeições mais equilibradas. Neste mesmo período comecei a seguir uma rotina de treinos adequada aos meus objetivos, sob a orientação do coach Mario Leão. Portanto, para deixar de errar constantemente na tentativa de acertar, o ideal é buscar ajuda profissional. Nos primeiros 3 meses da mudança, senti uma tímida evolução, os resultados ficaram mais evidentes passado 1 ano e foram potencializados depois que comecei a receber a devida orientação.
A nova Juh
Treino de 3 a 6 dias por semana. Não sou atleta, nem modelo, por isso não cobro perfeição. Aliás, isso nem faz sentido. Aceito muito bem minhas celulites, estrias e flacidez.
Desde que iniciei a reeducação, cortei refrigerantes, evito açúcar e farinhas refinadas porque sei que não fazem bem à saúde. No entanto, gosto de comer bem.
Também apostei no chá verde, chá de hibisco ou no guaraná como pré-treino. Assim, garanto mais pique durante a atividade física e reduzo a retenção de líquidos. Hoje vivo em equilíbrio e estou satisfeita com meus 73kg e 13% de percentual de gordura.
Cheguei à conclusão de que um corpo bonito é aquele que abriga uma pessoa feliz, por isso nada de paranoias!”
DICAS DE QUEM CONSEGUIU
>> Não acumule fome. Ao sentir fome, coma algo saudável e adequado. Se esperar ela aumentar muito, vai comer o dobro do que comeria normalmente, de uma só vez;
>> Evite comprar alimentos que despertem compulsão. Se tem dificuldade de se controlar diante deles tente separá-los e guardá-los divididos em porções pequenas. E não ultrapasse a quantidade separada ao consumi-los. Se mesmo assim achar que vai se descontrolar, deixe de comprar.
>> Anote em um caderno tudo que come, até mesmo os lanchinhos e leia com certa regularidade. Isso vai fazer você ter noção do que anda comendo e avaliar se a quantidade foi equilibrada ou se anda se descontrolando. No meu caso, o Instagram serve de diário, me ajuda muito! Quando não posto, anoto.
Fotos: arquivo pessoal
Amei a matéria! 🙂